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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Limão com Mel.


Mais um belo dia de Sol na cidade do Rio de Janeiro. 36° é o que diz a TV, mas a sensação térmica era de Quase-Inferno°.
Não havia muito o que fazer, já que ficar no computador ou ler algum livro se tornava tão agradável quanto estar de bikini no Pólo Norte.
Decidi ir pro local mais arejado do meu apartamento que é a varanda. Ali, o Sol, apesar de forte, era gostoso quando misturado com uma brisa tímida, porém aliviadora que vinha das árvores da casa vizinha.
Sentei em uma das cadeiras de vime que bravamente resistiam ao tempo e ao clima durante todos esses anos, e aproveitei aquela sensação. Sol e brisa. Quente e refrescante. Único. Agradável. Irresístivel.
Ao me deparar com os contrastes da sensação sobre a minha pele, brevemente me esqueci de todas as condições climáticas do dia.Minha mente voou. Pra longe.
Sempre gostei de constrastes. Limão com mel, estampa de zebra, praia em dia chuvoso..enfim, quase todas as coisas que fossem conflitantes e  ao mesmo tempo complementares. Tornando assim,aquelas coisas especiais.
E esse meu gosto não muda quando se trata de pessoas. Não qualquer pessoa, mas aquela pessoa sabe? Aquela pessoa que você pensa quando sua mente se esvazia. É, você me entendeu.
Constraste é atraente, instigador, e na falta de palavra melhor..sexy. Conquista. Simplesmente conquista, sem aviso prévio ou quaisquer chance de reembolso. Você se vê envolvida naquele constraste todo. Quando é tratada com uma quase frieza, mas não a ponto de magoar, você quer conquistar o lado carinhoso. E quando se é tratada com carinho, derrete-se em imediato já que demonstrações de carinho por parte dele são tão raras, que quando acontecessem são assim, de tirar o fôlego mesmo.
Até aquela pequena dúvida que você carrega em relação a veracidade do que ele diz pra você é de certa forma gostosa. Te faz querer saber mais, conquistar mais, faz você se empenhar.
E tudo que me causa empenho,se torna bom demais pra mim. Porque depois que se é conquistado, alcança o objetivo..é como ganhar uma corrida de fórmula 1 em primeiro lugar, tendo como carro um fusquinha.
"Conquistado". É disso que se trata, a bela e infelizmente curta, fase da conquista. Quando tudo é único, agradável e irresistível..assim como o Sol misturado com a brisa.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

1,2, 3 e vai.

Se joga. Pula. Começa. Corre. A-c-r-e-d-i-t-a. Parece bobeira, mas nós aprendemos a confiar em nós mesmos,  desde bem pequenininhos. Lembro-me de ter uns 5 anos e dar meu primeiro pulo na piscina sozinha. Eu já havia aprendido a nadar, mas pular sozinha, eu nunca tinha feito. Mas pulei. Acreditei que ia dar certo, que eu ia conseguir voltar a superfície e voltar a nadar. Acreditei em mim, no meu potencial.
Lembro também da clássica tirada das rodinhas sobressalentes da bicicleta, que serviam para o meu apoio. Eu disse pro meu pai que queria tirar as rodinhas, porque eu conseguia andar sem elas. Acreditei em mim, no meu potencial.
Conforme minha idade foi avançando, eu não consigo mais me lembrar com facilidade de momentos de plena auto-confiança como estes. Simplesmente começam a aparecer aquelas memórias da indecisão da escolha de uma roupa...ou de uma atitude. Porque isso acontecia? Porque a minha auto-confiança foi se degradando conforme minha idade avançava? Será que é porque eu simplesmente passei a me importar com as condições? Parei de olhar para o meu potencial e passei a ver quanto era o meu potencial pela visão dos outros? Provavelmente.
Ou talvez seja apenas uma coincidência. Mas cada dia mais que vivo, percebo que as coincidências na verdade não existem. De fato, a perca da confiança foi algo que acabou mudando as minhas perspectivas, até mesmo os meus sonhos. Aos 10 eu sonhava ser médica, acreditava que poderia mudar o mundo curando as pessoas. E hoje..até mesmo pensar em me tornar uma jornalista me causa uma pontinha dolorida na boca do estômago, com medo de que essa não seja a escolha certa.
Indecisão. A melhor amiga da falta de confiança. Caminhando lado a lado, estreitando suas oportunidades, e abafando tudo que sai da zona de conforto, de possível.
Sem querer ter um sintoma da crise de Peter Pan, eu estou com medo de crescer. Porque a tendência é que essa auto confiança se esvaia cada vez mais, e eu acabe com essa vidinha monótona, comum, possível.
Eu gosto do impossível. Sempre gostei. Gosto de desafios, de arriscar, de perder o fôlego e depois respirar fundo..talvez, em momentos breves, a confiança daquela menina de 5 anos me domina. E manter essa confiança, é o segredo do meu futuro sucesso.

Conjugando verbos.

Eu esqueço, tu esqueces, ele esquece,  nós esquecemos , vós esqueceis, eles esquecem. - Repetiria essa conjugação milhões de vezes no meu caderno se de fato ela adiantasse de algo. Mesmo sabendo de quão falha essa técnica de repetição é, eu insisto em fazê-la pelo menos mentalmente.
Acontece que quando deparamos com a realidade, vemos as marcas das nossas ações,reações, conclusões..estas, estão marcadas com tinta preta naquele livro velho que adoro abrir chamado "Passado".
Tinta que não é lavável e a prova de qualquer corretivo inovador do mercado. Agora, aqueles outros fatores como, os erros, as decepções, as mágoas, os sentimentos.. estão escritos com tinta vermelho-sangue. Tornando impossível a tarefa de passar despercebido por eles.
Eu lembro. E não interessa se tu ou ele esqueceram. Eu tenho gravado em mim cada palavra que me magoou, cada erro que eu cometi, cada bom momento que eu vivi..e essas lembranças corroem.
Porque se formos parar pra pensar, lembrança não é lá algo muito bom.. porque te faz ter saudade. E saudade só é gostoso, quando você sabe que em breve - ou não tão breve assim - vai reviver o momento ou a pessoa que te faz sentir isso. Agora quando se tem lembranças, de algo que não dá pra voltar atrás, nem refazer, nem mudar, nem esquecer...é sufocante.
Neste Natal, já sei o que pedirei. Uma boa dose de esquecimento..mas que seja uma dose duradoura, se possível, de efeito prolongado.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Amável Imperfeição.

Nós dois não precisamos ser perfeitos. Não precisamos fazer remakes das minhas cenas de filmes preferidas. Não precisamos dizer eu te amo todo dia. Não precisamos estar juntos o tempo todo.Não precisamos nos presentear com aquilo que o outro tanto queria. Não precisamos adivinhar o que o outro está pensando. Não precisamos ter certeza de que ficaremos juntos para todo sempre. Não precisamos ser o casal que todos gostariam de ser. Não precisamos acordar bonitos de manhã. Não precisamos ter beijos de tirar o fôlego toda hora.
Nós só precisamos ser...bom, algo perto de felizes.Nós precisamos amar a companhia do outro, mesmo que ela não seja tão frequente quanto gostaríamos. Mas que seja inesquecível toda vez que acontecer.
Nós precisamos saber que nos amamos. Simplesmente saber. Sentir, e demonstrar.
Nós podemos criar as nossas próprias cenas de filmes, algo mais próximo da realidade, mais confuso e mais divertido. Nós podemos nos achar feios de vez em quando, mas não ligarmos pra isso...aliás, somos muito mais do que uma carinha de sono e olheiras.
Nosso beijo pode ser variado. Algo mais meigo as vezes, outras vezes algo mais..surpreende. Mas que seja verdadeiro. Que nós nos sintamos bem toda vez que nos beijarmos, que haja carinho..conexão.
Que sejamos o casal que nós gostaríamos de ser, com a nossa implicância, discordância, discussões..com meu mal humor, minha mania de franzir o nariz, com seu vocabulário chulo , com sua falta de humor depois que seu time perde..com nosso imperfeito, porém feliz, amor.

R$ 4,85

" Um suco de abacaxi, por favor." - Pedi a atendente do balcão que usava um batom de cor forte que pouco combinava com sua expressão de má vontade.
Ela devia ter uns 38 anos, mas quem julgasse pelas marcas que o tempo havia deixado em seu rosto, dava mais que isso.
"É 4,85. Vai querer mais alguma coisa?" -                          Dizia enquanto arqueava uma das sobrancelhas em uma ameaça implícita de que eu não deveria querer mais nada. Quase me arrependi de ter escolhido ali pra tomar o suco.
" Não, obrigada. Só isso mesmo. " - Sorri tentando buscar alguma simpatia da dona da boca cor de malva. Foi em vão.
Peguei meu suco e sentei na mesa encostada na janela. Queria que ninguém me notasse. Eu só estava interessada em abacaxi no momento.
Revirei o meu pequeno buraco negro, mais conhecido como bolsa, e peguei a sacola recém saída da livraria e abri o romance comprado, e comecei a lê-lo.
Enquanto começava a entender a narrativa do livro, e me familiarizar com a escrita da autora..senti aquela coisa estranha. Não, não.. o suco caiu bem no meu estômago. Era outra coisa.
Sabe quando você se sente uma presa? E que qualquer movimento em falso pode ser fatal?  Aquela sensação de estar sendo observada. Eu sabia exatamente onde estava a pessoa a me observar, mas me faltava coragem para levar meu olhar até ela.
Continuei a olhar pro livro, com um repentino desinteresse nas palavras que estavam escritas nele. Meu observador continuava com seu procedimento, enquanto a curiosidade estava cada vez mais desperta em mim. A única coisa que meus olhos podiam ver sem focar nele, era sua camisa azul marinho e as mãos cruzando-se, um sinal claro de ansiedade.
Não me parecia ameaçador. Talvez ele também se sentisse uma presa. Mas demonstrava isso de maneira repulsiva. Tomei coragem e levantei meu olhar. Forcei ao meu cérebro para que levasse um ar de distraída as minhas feições. Torci para que tivesse dado certo.
O olhei. Belos olhos castanhos se encontraram com os meus, enquanto lábios - ainda mais belos que os olhos- se reprimiam em um quase sorriso. Pelo menos pareceu um quase sorriso pra mim.
Me encantei. E o semblante dele também demonstrava encantamento. Isso tudo durou uns 3 segundos, até a timidez me fazer desviar o olhar e focá-lo novamente ao livro. Meu suco tinha terminado já fazia tempo, até a espuminha já tinha sumido. Era hora de ir.
Coloquei o livro dentro da bolsa e me levantei. Passei por ele e novamente nossos olhares se encontraram. Me senti tremer por dentro.
Saí do restaurante. E me perguntei...por mais quantas vezes eu desperdiçaria chances como essa.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sem título, sem nome, sem endereço.

2 horas da tarde. Meu corpo doía, mesmo estando em cima de um colchão confortável. Minhas pernas latejavam, meu peito parecia sufocado.
A noite mal dormida tivera efeito sobre mim. Havia sido mais uma daquelas noites de admirar o teto.As imperfeições que o pintor deixou já estavam até gravadas na minha mente, tamanhas vezes que reparei nas mesmas.
Era hora de acordar...  uma hora seria necessário fazer isso. Não tinha mais sono. Mas tinha muito cansaço. Mas aquele cansaço só pioraria se eu continuasse ali..
Reagi. Quer dizer, da forma que foi possível. Levei o dia no piloto automático. Respondendo com sim, não e talvez. Filtrando emoções, descobrindo meus erros. Era apenas eu. Eu comigo mesma. Eu perdida nesse lugar que eu mesma criei.. lugar cujo endereço não dou a ninguém.
Por medo, por insegurança, por precaução. Decidi conviver sozinha com minhas aflições e minhas angústias. Era o que me restava, afinal. Não tinha válvula de escape. Destruí todas elas.
Os que antes compartilhavam minhas emoções, hoje julgam não me conhecer. Não os culpo. Hoje, nem eu conheço mais o que sou. Me sinto presa, estagnada..engessada nessas condições. Não consigo lembrar do que eu era, não consigo dizer o que sou. Me contento com o pouco que sei. Me contento com o pouco que me resta.
Cada dia uma nova experiência. Uma nova forma de tentar acertar. Uma nova forma de buscar a mim, e consequentemente, minha felicidade. Acredito que chegarei a um ponto que será mais suportável aturar a mim mesma, que será mais fácil lidar com minhas vontades, razões, emoções, frustrações..que será mais fácil me conhecer. Talvez assim, acordar não seja mais um tormento.

Devaneios.

Virei a esquina e logo percebi. Havia algo diferente. O dia tinha começado normal pra mim, mas ao virar aquela esquina eu soube..algo ia acontecer. Olhei para os lados, para os cantos, para as dezenas de rostos que passavam por mim - que no fundo pareciam os mesmos, todos sem expressões características - e procurei o motivo daquele ar diferente.
Subi a rampa do metrô, e tive uma leve tonteira ao olhar pra baixo tentando frustradamente buscar meu elemento surpresa.
O vagão que entrei estava cheio, logo só consegui um pequeno lugar emprensada entre dois caras nada amigáveis na janela. Sem opção, fitei a estação que eu estava passar como um fantasma graças a rapidez do metrô. E ali, em meio ao barulho dos trilhos, da conversa fútil das mulheres ao meu lado, no desconforto do meu centímetro cúbico de espaço pra respirar..percebi o que estava diferente.
Não encontrei o amor da minha vida naquele dia, nem ganhei na mega-sena... o diferente era apenas...eu.

sábado, 25 de junho de 2011

Seria então..ilusão?

Lembro-me de ter apenas seis anos e implorar a minha mãe que me deixasse ver Branca de Neve por mais 5 minutos antes de tomar banho. Branca de Neve foi sem dúvida,meu desenho preferido na infância. Assistia por mais de cinco vezes seguidas,e tinha todas as falas na memória.
A história me encantava,e encanta até os dias de hoje. Eu ficava vidrada na Branca de Neve,ela era tão linda e tão meiga. O príncipe era tão perfeito..o beijo deles era mágico. Ela voltava a vida pois encontrava forças no beijo de amor verdadeiro. Os anõeszinhos eram tão leais a ela,mesmo a conhecendo por tão pouco tempo,a ajudaram tanto..Branca de Neve era uma linda história. E eu a amava.
Lembro-me de ter onze anos e assistir O Diário da Princesa. Incrível como a vida da Mia mudou em tão pouco tempo,ela era apenas uma garota comum..e de um dia pro outro se tornou uma princesa. Encontrou independência,e o amor de sua vida..em apenas 1h57min de duração.
Lembro-me de ter 15 anos e ler "Todo Garoto Tem" da Meg Cabot. Esse livro simplesmente entrou na minha cabeça de tal forma,que fez com que eu ansease em viver aquilo. Aquela relação de amor-ódio da Jane e do Carl me fascinava..e o final feliz,tão improvável..e tão lindo.
Lembro-me de ter 16 anos e questionar. Questionar,frustar,e perceber. Eu superei o fato do Papai Noel não existir com facilidade, o coelhinho da páscoa demorou mais tempo..mas mesmo assim,foi superado,sem traumas. Agora.. e os finais felizes? E os beijos de amor verdadeiro? E a trilha sonora enquanto os créditos passam?
Seria então..ilusão? Esse tempo todo,desde a minha infância haviam mentido pra mim? As princesas,os príncipes,os bailes..tudo aquilo não existia?
Aquele amor que dava coragem a um homem enfrentar um dragão apenas pra salvar sua amada..não existia? Aquele amor que rompia barreiras como a proibição dos pais..não existia? Aquilo tudo era apenas uma estratégia de ganhar coraçõeszinhos de milhares de jovens e levá-las a bilheteria/livraria?

Não! Não podia ser..a esperança que ainda tem em mim grita um não tão fervoroso que meus ouvidos doem. Eu ainda quero acreditar. Mas as condições são tão adversas..eu ainda quero ter a inocência dos meus 6 anos..e esperar por um final feliz. Quero correr atrás do meu final feliz.
Mas..tudo parece tão díficil. As bruxás más, os caçadores, as madrastas..parecem ser tão mais fortes que as fadinhas e os ratinhos cantores agora.
Algo ainda me faz acreditar. Chamo de esperança. Chamo de fé. Ou..de ilusão.

Chame o caminhão da mudança.

Peça pra ele vir depressa. Informe-o que a quantidade de móveis e relicários para levar é grande. Mencione também que todos esses artefatos são frágeis. É necessário plástico-bolha para embalá-los. Muito plástico-bolha.
Talvez não seja a primeira mudança que eu faça. Já tentei diversas vezes mudar de endereço e de decoração. Mas no fim, as cores das paredes acabam ficando iguais. Fico com os mesmos problemas de infiltração..e me vejo na necessidade de mudar..de novo.
Seria tão mais fácil resolver meus problemas na base da metáfora. Mas infelizmente,não é possível. Eu queria uma nova história,novas pessoas,novos amigos,novos amores,novos problemas.
Queria acordar sendo eu,mas uma outra eu. Que morasse em outro lugar,talvez em um país bem distante..que tivesse tudo diferente do que eu tenho hoje. Queria amigos que estão comigo desde a infância,,queria sair pra pescar com meu pai nos fins de semana.
Queria ir para a escola as 8 da manhã, e colocar meus livros naqueles armários americanos. Queria esbarrar com o meu professor de História no corredor,ou encontrar o amor da minha vida ao derrubar minhas coisas perto dele.
Como eu queria..como eu queria fazer esse roteiro. Escrever cada centésimo da minha história. Não me venha com o papo de que assim não teria graça. Teria graça sim. As coisas seriam extremamente mais fáceis, e melhores. Eu poderia construir minha felicidade,e não dependeria de mais ninguém pra isso. Teria a vida perfeita,sem mudanças.
Iria poder chegar as 4 da manhã após uma noite incrível na melhor boate da cidade, estudaria para passar no vestibular,e passaria..cursaria a faculdade dos meus sonhos e seria extremamente bem sucedida na minha profissão. 
E os problemas? Bom,meus problemas..problemas..não consigo pensar em um problema que eu gostaria de ter. A vida perfeita não teria problemas. Seria perfeita.
Perfeita.
Per..feita.




É..é aí que se encontra o erro. O perfeito não se encontra em qualquer lugar,aliás,não se encontra em lugar nenhum. O perfeito é uma meta,uma meta inalcansável. E talvez,nem mesmo uma meta deveria ser. Perdemos tanto tempo tentando ser perfeitos..idealizando uma vida perfeita,como eu acabara de fazer..e a vida que temos,deixamos de lado. Abandonada.
E talvez,a vida que temos,seja a concepção de perfeição pra alguém.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Irritação Aguda.

Você ainda me irrita. Seu jeito de andar principalmente. Acho que você pensa que anda sobre as nuvens,ou em cascas de banana porque esse seu jeitinho de andar já passou do ridículo.
E o que é mais incrível, é que você acha que tá sendo o máximo. Desfila no meio dos seus amigos que no fim são todos uma cópia de você. Todos extremamente irritantes.
Odeio encontrar com você na rua. Está sempre acompanhado ou com seu clã de xerox,ou com suas amigas. "Amigas".
Cansei de passar por você e não falar. Simplesmente por não querer ouvir a mesma ladainha de sempre.
Seu cheiro também não é dos melhores. Aquele seu perfume já deu o que tinha que dar, pra mim,é igual cheiro de hospital..sempre igual. Quase inodoro.
E as suas roupas?! Ou você acha que é o guru da moda,ou gosta de ser ridículo. Alguém já te falou que blusa listrada com bermuda xadrez é o cúmulo da breguice? Acho que a mesma pessoa que deixou de falar isso, foi a que deixou de falar também o quão sem conteúdo são as suas conversas.

E então, me pego com um sorriso bobo. Ao lembrar de você contando aquela piada sobre o argentino que entra num bar e conversa com um urugaio.
Disfarço o sorriso. Logo,me lembro do seu cheiro. Inodoro. Inodoro. Inodoro. Irresistível.




Observação: Texto baseado em sentimentos alheios.

Eu te a...

Não. Não foi um erro de digitação.É que as vezes é tão difícil completar essa frase,que é melhor nem começá-la.
Você pode até me achar meio arcaica,pré-histórica,artigo de museu mas..bom,isso sempre foi muito complicado pra mim.
Admiro quem consegue completar essa frase em um intervalo de tempo tão curto. Quer saber? Na verdade não admiro não. Eu dou um valor tão grande a essas 3 palavras,que ao vê-las jogadas de maneira tão volúvel em tantos cantos,me dá um certo ciúme. Ciúme do Eu te Amo. Ele é tão especial,e vocês ficam fazendo aí pouco caso dele,o oferecendo para qualquer um.
Não que caiba a mim julgar o tamanho do sentimento que as pessoas tem uma pelas outras,mas acho que esse aspecto todo tem relação com uma frase que eu ouvi um dia desses de uma amiga.
"Na ânsia de encontrar um princípe, acabo montando no primeiro cavalo que aparece."
E é disso que se trata. Acredito eu,que a humanidade anda tão carente de sentimentos,que acabam despejando tudo em um certo alguém. Mesmo que esse certo alguém não seja nada em especial. Apenas por uma hora de atenção,um carinho,ou uma meia dúzia de palavras bonitas..e, não que isso seja ruim,mas será que realmente vale a pena?
Vale a pena você utilizar essas palavras,que algumas décadas atrás eram utilizadas para anteceder um pedido de casamento,uma jura de amor eterna -  devo ressaltar que essas juras se cumpriam -,um acontecimento especial na vida de um casal com alguém que apenas preenche seu tempo?
Tire suas próprias conclusões,mas ao meu ver, o eu te amo ainda é algo de muita estima. Que é mais alto que toda a cotação do euro que você consiga imaginar.
E, antes que os que me conhecem me acusem, sim, eu digo eu te amo! Mas digo com consciência, com precaução,e sem sombra de dúvida,com sentimento.


Obs:  Amigos também dizem eu te amo. Mas o Eu te amo de amigo eu deixo pra outro post.

D de drama.

Volto de mais um dia cansativo. Abro a maçaneta da porta de entrada,e entro com o pé direito, na esperança que talvez um pouco de sorte melhorasse alguma coisa.
Fecho a porta com pesar,ouço o ruído da chave no trinco,e continuo andando. Me deparo com a sala vazia, e iluminada apenas por um sol murcho,quase suplicante..que deixava tudo ainda mais propício a um belo dia de drama.
Largo minha bolsa em cima da poltrona,e chuto os sapatos pra um canto qualquer. De que me adiantavam sapatos? De que me adiantava a minha bolsa? Larguei os dois e sentei-me na beirada da cama.
Que dia. Que dia..morno. O morno me enojava. Sempre enojou. Aquela sensaçãozinha café com leite. Que me embrulhava o estômago desde que eu me lembre ter alguma consciência do que se passava ao meu redor.
Liguei a Tv para tentar me distrair. Falhei. Os canais passavam e se embolavam um no outro..como se todos formassem uma grande massa colorida,confusa,e extremamente desinteressante.
O que me restava então? Um bom livro,conclui. E lá fui eu,revirando meus livros quando peguei o meu preferido,e fui relê-lo pela nona vez,talvez. O primeiro trecho tão bem conhecido por mim, assim como a Tv acabou se misturando  em uma zona de palavras misturadas.
Desisti. Dormir. Dormir era o melhor que eu tinha a fazer. Deitei e recostei minha cabeça sobre a almofada. Fechei os olhos. Tentei esquecer.
E tentei de novo.
E abri os olhos.
E os fechei.
Por fim,levantei da cama. Me dei por vencida. O meu querido amigo sono,assim como todos naquele dia,não queria compartilhar um grande drama comigo.
Ao quase perder as esperanças,fui ao banheiro deparar como estava a situação da minha cara, que já não é das melhores..
BU! Haha. Ri sozinha da minha própria idiotice. Resolvi tomar um banho. Liguei a ducha e deixei cair. A água estava quente..mas não um quente incômodo. Um quente..morno. E o morno,me parecia extremamente agradável agora.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Começa com D,termina com Lovato.

Eu não sou do tipo de pessoa que gosta de qualquer coisa. Pelo contrário,sou bastante chata em relação ao que gostar de verdade. E isso inclui,celebridades.
Poucos conseguem de fato conquistar meu carinho. E a Demi, mais que nenhuma outra,conseguiu.
Quem acompanha as notícias,soube do que aconteceu com ela. O problema com a mutilação,o possível transtorno bipolar..e poucos entenderam a verdade por trás disso.
Toda essa situação,ocorreu devido aos problemas na infância. O tão famoso,bullying. Por ser gorda.
Difícil imaginar isso ao vê-la hoje em dia tão linda. Mas ao sofrer tanto com isso,passou a ter um desgosto tão grande de si mesma,que começou a se cortar. Não por querer aparecer na mídia,muito pelo contrário..ela escondeu isso por anos. O máximo que conseguiu. E eu,entendo perfeitamente pelo que ela passou.
Hoje em dia, a pressão da perfeição é tão grande,que muitas vezes nos sentimos oprimidos. Mudamos. Acabamos tendo vergonha,e até mesmo odiando o que a gente é. Tudo pela opinião alheia. Pela opinião das revistas,da televisão,do mundo. E isso,nos entristece.
Muda até mesmo o que somos por dentro. Pois nos tornamos insatisfeitos. Nos comparamos aos outros.
Sim,nos comparamos. E não adianta negar. Levante a mão que garota nunca chegou a uma festa viu outra considerada mais bonita e pensou "Nossa..tô um lixo."  Isso acontece com todas nós, esse sentimento de comparação é horrível. Parece corroer,dói de verdade.
Ou vai dizer que você nunca olhou no espelho e o que viu não te agradou nem um pouco. Vai dizer que você nunca parou em frente ao mesmo espelho e ficou vendo todos os defeitos que você tem. Ou até mesmo,depois de estar toda maquiada e arrumada,pensou que esse era o melhor que você podia ficar. E esse melhor,não era o suficiente.
Lindas. É o que todas nós somos. Estamos vivas,estamos aqui. Dentro de nós existe um coração pronto pra amar,pra perdoar. E esse coração bate, bate e pede pra viver. Pede pra ser amado. E você nunca vai conseguir o amor pleno de alguém,sem antes cultivar o seu próprio.
Lindas,repito. Lindas quando estamos sem maquiagem,e de pijama. Lindas quando nosso cabelo está sem fazer. Somos lindas. Pois amamos o que nós somos. Pois realçamos o que nós temos de melhor..pode ser os olhos,o sorriso..ou a personalidade!
E personalidade,nós temos de sobra não é? Somos inteligentes - talvez não as mais inteligentes ,mas quem se importa? - carinhosas, e temos muito,muito potencial.
Sabe quem me ensinou o que eu acabei de dizer? Não,não foi a Dr. Isabel ,minha psicóloga. Foi a vida. Foi a Demi. Foi eu mesma. Eu percebo isso agora,mais que nunca. Existem tantas formas de beleza,e uma dessas formas está comigo. Amo o que sou. E você,pode,e deve se amar também. Afinal, todas nós temos algo em especial. Alguma característica marcante. Algo bom. Algo único. E tudo que é único,deve ser valorizado.


       " I don't wanna be afraid, I wanna wake up feeling beautiful today. "

Believe in me - Demi Lovato

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Andar de bicicleta.

Dia 19 - Segunda feira - 18:39 : Me esqueça. Não me mande notícias,não me telefone. Não pense em mim. Não pergunte aos meus amigos como eu estou,e nem tente mudar o que me irritava em você. Simplesmente não vai adiantar. Eu e você não funcionamos juntos.
Dia 19 - Segunda feira - 22:48 : Me ame. Me mande uma mensagem de tirar o folêgo. Ligue pra mim no meio da madrugada. Me dê um beijo interminável. Bata na minha porta se quiser ter notícias sobre mim. Não precisa mudar,eu amo o seu jeito.Eu e você somos perfeitos juntos.

O que será que aconteceu nesse intervalo de tempo? Algo tão inacreditável e arrebatador a ponto de mudar tão drasticamente a opinião sobre os sentimentos de uma pessoa.
Sinceramente,não acontece nada demais. No primeiro momento,você simplesmente só vê o que não agrada. Os defeitos. As manias que te irritam,as brigas,os ciúmes desnecessários da parte dos dois,ou de apenas um.
E ao ficar refletindo sobre isso,você lembra da parte boa. Porque todo relacionamento por mais ruim que seja,possui seu lado bom. Se não,pra que continuar em algo que só te faz mal? Aliás,é por isso que os relacionamentos terminam,quando a parte ruim supera a boa. E a parte boa do relacionamento,geralmente é muito boa. Você lembra do pedido de namoro perfeito que ele fez,das boas risadas que você deu ao ouvir a mesma piada idiota que ele te contou,dos presentes,dos beijos, do dia tal no lugar tal..e aí,você quer voltar.
E como você fica? Com o coração na mão. Pois metade de você quer que ele suma no primeiro buraco negro que aparecer,e outra deseja ele mais que tudo. No meu caso,a melhor solução foi :
Andar de bicicleta. É. Sério. Fez toda a diferença do mundo.Eu realmente pude perceber o que eu queria em relação a isso.
Queria que ao lembrar dele,eu lembrasse de andar de bicicleta. E queria que ele tivesse a mesma sensação sobre mim. Me explico.
Quem já andou de bicicleta,sabe a sensação que é. Descer uma ladeira sem as mãos,com o vento batendo na cara,se desligar do mundo. Aquela sensação gostosa.
E por mais que você fique anos,milênios sem andar,quando você senta no banquinho,e poem os pés nos pedais,você lembra. Você sente aquele ventinho no rosto de novo. Tão bom. Você se lembra da última,ou da primeira vez que andou.
E é assim que eu queria - e consegui - me sentir em relação a ele. Algo bom,algo que eu nunca vou esquecer de como foi. E foi muito bom. Me deu felicidade,mesmo que por pouco tempo. Mas agora,eu não vejo necessidade de andar de bicicleta todos os dias. Foi bom por um tempo. Agora se tornou exaustivo.
Mas mesmo assim,inesquecível.
E é isso que ele se tornou. Uma memória. Uma recordação. E lugar de recordação,você e eu sabemos muito bem aonde é.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Corrida Maluca.

Você reparou? Ou foi só eu? Você tem ouvido o tique-taque do relógio mais rápido?
Eu tenho.E como.
Não sei se é algo da minha cabeça,mas hoje parei pra olhar o relógio e percebi que ele estava quase correndo.
Como se o ponteiro dos minutos fosse o Michael Schumacher ,o dos segundos o Felipe Massa , e o das horas,o Rubens Barrichello.
(Peço desculpas por meio deste parênteses pelo meu estreito conhecimento sobre o mundo da fórmula 1, e a utilização de pilotos clichês como os citados.)
Eles corriam,passavam voando pela pista formada por números,e os deixavam pra trás.
Com os pequenos corredores não estava em jogo apenas os numeros..a situação era muito maior e mais complexa vista de fora.

Enquanto eles corriam e o Schumacher (os minutos) passava pela parte da pista em que se liga o algarismo '12',milhares de bebês nasciam,vários casais estavam oficializando sua união,uma velhinha batia no ladrão de sua bolsa,faxineiras fingiam que limpavam o armário debaixo da pia de seus patrões..ou seja,as coisas iam acontecendo. O mundo ia fazendo suas tarefas rotineiras,ou divergentes. E com isso,o tempo ia passando.
E ele não passava rápido apenas em exemplos distantes como os usados no parágrafo acima. O tempo também passa rápido pra quem está bem perto de você. Sua melhor amiga pode estar precisando muito de um conselho,o amor da sua vida - que você ainda nem conhece - está na porta do seu curso de inglês. O qual,você se atrasou pra poder ver mais 5 minutinhos de Vídeo Show.
O que eu quero dizer com todas esses exemplos retirados de minha cabecinha,é que nós devemos estar mais atentos. Os dias estão passando,e nós continuamos sem dizer as verdades que estão atrafiadas em nossas gargantas,deixamos de contar os sentimentos que residenciam em nossos corações..deixamos apenas o tempo passar,enquanto passamos o dia vendo TV,jogando Café Mania e dando voltas na mesma praça a 5 anos.
Vamos sair dessa rotina? Vamos aproveitar este tempo!
Antes que chegue o momento da última volta dessa Corrida Maluca. E aí,já vai ser tarde demais pra tentar ganhá-la.

Olá,futura Eu.

Rio de Janeiro,18 de abril de 2011.

Como você vai? E o dia hoje,está nublado? Eu não gosto de dias nublados..você também continua não gostando,não é?
E agora,aonde você tá indo? Ao trabalho,provavelmente. Você se tornou uma jornalista,não foi? Espero que esses 20 anos não tenham mudados meus/seus planos..
E a família? Meu pai continua odiando futebol? E minha mãe continua com aquela mania de limpeza? Acredito que sim. Aliás,queria te fazer um pedido. Se é que eu posso fazer um. Aproveite meus pais,por mim/por você. Estou em uma fase que críticas são necessárias,e discussões existem. Então,dê o valor que eles merecem agora que você é uma mulher formada,e não uma adolescente com suas crises 'adolescenticais'.
Ah,e o João? Continua sendo meu irmão preferido? Ele está com 25 anos agora..deve ter se tornado um homem incrível,se aprendeu tudo que nós - meus pais e eu - ensinamos a ele.
E seu marido? É bondoso,gentil,e engraçado como você queria? Sei que sim. Nós duas sempre tivemos um gosto apurado. Ah,diga a ele que o ama.Você o ama,é claro. Eu me conheço,e sei que nunca me casaria com alguém pelo qual eu não nutrisse sentimentos verdadeiros.
Espero que você continue sendo o que você era. Espero que você continue sendo o que eu sou. Que não perca as qualidades as quais eu mais admiro,como o senso de justiça,a sensatez e a bondade. Eu sei que você não perdeu. Uma das nossas qualidades é ser estável em relação a critérios e personalidade.
Eu aqui do passado,atual presente,desejo de coração que no futuro que você construiu,eu tenha realizado o que sempre planejei. Ou que eu tenha feito melhor que isso,porque as vezes,os planos não são eficazes ao serem colocados em prática.
Já ia me esquecendo do mais importante de tudo.
E Deus,continua sendo tudo pra você como é pra mim? Não esqueça que é por Ele que você continua aí,e que realizou os seus planos. Lembre de agradecê-lo,e buscá-lo todos os dias.
Falando em planos,você já teve a Maria Luíza não já? Ou você mudou o nome da sua primeira filha,Dona Marcelle? Nós o escolhemos quando tínhamos 12 anos! Mas ..apesar que quando eu tinha 11 eu queria que o nome fosse Mía Colucci..então,Maria Luíza pode não parecer sensato pra você. Mas independente do nome,tenho certeza que ela será uma criança maravilhosa...você é a mãe dela,não tem como ser diferente.
Bom,foi ótimo poder me comunicar com você,futura Eu. Mas agora,tenho que ir. Preciso por meus sonhos em prática para que eles se realizem pra você.

Beijos.

Na minha horta..

Não sei se você tem assistido ao noticiário,mas é de conhecimento geral o problema de seca na região Sudeste.

Ok. Na Região Sudeste eu não sei,mas aqui pro meu lado a situação estava crítica.
A  terra já não via uns frutos - ou legumes - a um bom tempo. O Sol continuava prestigiando-a ,ela continuava recebendo os mesmos cuidados,mas por alguma razão desconhecida por minha vã filosofia,ela permanecia vazia.

De um dia para o outro,minha horta foi contemplada . Nasceram muitos frutinhos,legumes,verduras...alimento pra tudo quanto é gosto!
Declaro antes de tudo,que antes uma horta repleta,que uma vazia.Ou não. Porque quando você não tem nada,fica sem nada mesmo pois não tem escolha. Acaba se acostumando com a situação - Não que isso seja bom. Só que quando você tem opções,é necessário cumprir a difícil tarefa de escolher.
O "Pêra" ou o "Beterraba"? O "Beterraba" ou o "Uva"?
O Pêra é docinho..mas com o passar do tempo,se torna enjoativo. E o Beterraba só é legal quando vem com o Suco de Laranja..

Então,meus caros,nada me resta esperar e analisar que fruto vale mais a pena ser colhido,qual irá durar mais,e qual combina mais com o meu padrão alimentício.
Enquanto isso,aproveito o Sol,que esteve sempre aqui,mesmo quando a terra era vazia e seca.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Chove Chuva.

Essa noite eu me peguei olhando pela janela. Chovia bastante,mas não de modo pertubador,e sim ,de uma maneira quase revitalizante.
Já passava das 23h,mas mesmo assim,debrucei-me sobre o parapeito da janela e observei mais de perto.
A chuva caia e molhava tudo ao meu redor. As casas e apartamentos - uns com suas luzes acesas,outros já apagadas - pareciam estar em perfeita harmonia com o clima daquela noite.
A luz que vinha dos postes,prestigiava apenas algumas partes do asfalto,transformando a rua em um ambiente com uma iluminação tão perfeita,que poucos decoradores conseguiriam a proeza de reproduzi-la.
Depois de analisar o asfalto molhado,meu olhar subiu,passando pelas árvores que pareciam negras devido a baixa iluminação,e finalmente chegando ao céu..que estava todo em um pseudo-roxo monocromático. Admirei-o. Tão simples,e tão simplesmente perfeito em toda sua simples simplicidade.
Olhei por mais tempo,e percebi a Lua. Reluzente e solitária. Parecia fitar a Terra com um ar superior,e ao mesmo tempo gentil. Contemplei-a.
Apaguei a luz do meu quarto e permaneci com a janela aberta. Coloquei a televisão no mudo,e voltei a imagem viva que estava ali,tão perto de mim. Sem precisar de uma antena parabólica,ou uma assinatura paga pra isso.
Alguns pingos de chuva caíram sobre meu rosto,e a brisa gelada,veio de encontro a mim.
Então,senti. Senti aquilo que já estou quase acostumada. Não sei se foi a Lua,a chuva,a luz emitida pelos postes,a brisa gelada..não sei o que de fato,mas algo me fez lembrar daquele meu sentimento particular.
Esse sentimento não é por alguém. Acho que é mais por mim. É aquela velha mistura de frustações,fracassos,esperanças,lembranças..aquela misturinha que eu chamo de amargura.
Voltei a olhar pra Lua. E a vi,sozinha. Perdida. E me identifiquei. Me encontro da mesma forma,mas sem tanto brilho,sem reluzir.
Porém, nunca se sabe quando a situação pode mudar. Pessoas vem assim como a chuva.. a gente nunca espera.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Uma casinha pacata.

Talvez em algum lugar como Sana,aqui no Rio de Janeiro.Ou na Rússia. Tanto faz o lugar,o que menos me interessa é o número populacional,a taxa de mortalidade,e o nível de chuvas da região.
Teríamos um belo,e pequeno jardim. Com uma bela vista para as montanhas,poderíamos admirar as estrelas quando a noite chegasse..dali mesmo,do nosso quintal.
O ar seria tão puro,que seria possível sentir o aroma das flores sem ao menos ter que arrancá-las de suas raízes.
O cachorro dormiria perto do pé da mesa de jantar,enquanto eu prepararia o almoço de domingo. Você estaria na sala,assistindo o noticiário que passaria alguma reportagem qualquer.
Depois poderíamos sair pra dar uma volta..talvez em alguma praça. O tempo estaria frio,e você me cederia gentilmente a sua jaqueta. E assim poderíamos contemplar..tudo que nós um dia desejamos,se tornando real.

terça-feira, 8 de março de 2011

Enterrando zumbis.

Uma pequena voz ecoa na minha cabeça e uma musiquinha nada acolhedora a acompanha.Então,a porta começa a ranger e sinto um frio na espinha...

Tá. Não é isso tudo não,mas o drama também não é pequeno. Eu sempre tive o incrível hábito de não saber dar pontos finais. As frases/situações/pessoas ficam lá com uma vírgula,ou uma reticência em seu aparente fim,e como tudo que é inacabado..isso não dá muito certo.
Essas coisinhas sem término ficam martelando na minha cabeça até  me dar uma dor de cabeça tremenda e acabar com meu humor. E essas coisinhas se tornam ainda piores,quando existem sentimentos nelas.
Quando você acha que finalmente conseguiu dá o pontinho final tão necessário..um filme,ou um cheiro,ou qualquer outra coisa ,te lembra aquela situação mal resolvida. E aí danou-se né. 
Você começa a achar que ainda sente o que sentia por aquela pessoa,aí tem vontade de voltar no tempo,aí você fica vivendo num estado nostálgico nada agradável. 
Essas pessoas acabam virando zumbis. Pois elas já não fazem mais parte da sua vida,então habitam o imaginário e o passado. E elas ficam lá,assombrando sua já tão ocupada cabecinha.
Logo,pensei em uma solução. Pontos finais. Muitos pontos finais,e páginas viradas. Muitos livros fechados,e novos abertos. Não interessa se já faz tempo que houve a virada do ano. Eu vou passar a me renovar. E vai ser agora. Chega de passado..somos ainda tão jovens pra remoermos situações assim. Que criemos novas! Que vivamos de novo, de forma igual ou parecida..Vamos aproveitar! E deixar que esses zumbis voltem ao lugar de onde não deveriam ter saído..do passado.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"Foco problema"

Uhul !Feliz ano novo!2011! Uhul ,janeiro! Televisão,praia,shopping,filme,internet,viagem. E puft.Como janeiro passou depressa! Ele deve ter vindo motorizado,porque eu não o vi .
Quando dei por mim,já estava acordando com aquele sonzinho agonizante que também é chamado de despertador. E enfim,escola. De novo.
Pois bem,hoje tive uma aula de física - Se você lê o que eu escrevo,sabe que tenho problemas sérios com física. Seríssimos mesmo. Se não lê,tá sabendo agora. - bastante esclarecedora ,por sinal. Sobre luz,como a luz interfere na nossa visão,que nossos olhos são semelhantes as câmeras devido as lentes.
Aí fiquei pensando hoje de tarde nessa " metáforazinha". Ok,se meus olhos fossem câmeras,eu teria um recurso inovador! Não,eu não tiraria fotos quando as pessoas sorrissem, muito menos ia poder tirar fotos em baixo d'água. O meu recurso se chamaria: " Foco problema ". Minha terrível pequena mania que de vez em quando dá os seus ataques.
Já que eu serei a dona desse tão incrível recurso,tenho que explicá-lo,não é? Bom, o Foco Problema tem a função de fazer com que os problemas pareçam estar pintados de verde neón com luzinhas brilhantes coloridas e uma melancia pendurada no pescoço de cada um deles.É. Melancias. Clichê mesmo.
E hoje meu Foco está ativado! E ele faz com que eu veja tudo de ruim mesmo,e que eu ache tudo ruim. E ele além de tudo consegue transformar meu dia numa verdadeira merda. Então,preciso deixar minha queixa. Odeio esses dias - como o de hoje -  em que nada dá certo,em que eu só vejo a parte ruim das coisas,e até mesmo quando acontece algo bom,eu duvido,eu questiono,eu simplesmente não consigo aproveitar o que acontece.
Odeio esses dias - como o de hoje - em que nada fica bom,em que ou tá muito calor ou muito frio,quando a voz de todas as pessoas me irritam ,quando não quero escrever,nem ler,nem dormir,nem ficar acordada,só quero fazer uma coisa.......RECLAMAR!
Aliás,pensando bem,esse foco vem sempre numa determinada época do mês..

Essa queixa é pra você Tpm. Pode se sentir ofendida.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Me dá uma amostra grátis?

Do seu sorriso,de preferência. Pra nos momentos em que eu me sentir como me sinto,eu possa espalhar ao meu redor e me sentir bem.
Pra quando eu não estiver com você,eu possa ficar feliz de uma maneira mais convincente.
Melhor ainda,me dê lembranças. Diga coisas que fiquem na minha cabeça o dia inteiro,faça coisas nas quais eu pensarei antes de dormir. Me surpreenda. Me faça feliz quando eu estou com você,assim,não precisarei tanto de amostras grátis.
Se torne inesquecível,memorável e principalmente..insubstituível. Não me conte mentiras,e se contar,não me faça descobri-las. Não exagere, diga apenas o que realmente pensa e sente. E se sentir, por favor diga. Não me faça ficar naquela triste dúvida sobre seus sentimentos.
Me leve pra sair. Não pague a conta do restaurante sozinho. Deixe que eu pague a metade. Você deveria saber que eu não gosto de me sentir dependente.
Discuta comigo. Não concorde com tudo o que eu disser. As vezes eu preciso de outra opinião,e a sua com toda certeza,vai valer muito pra mim.
Quando a discussão for longe demais,leve tudo na brincadeira. E me faça rir de um jeito que eu esqueça. Depois disso,me abrace. Me abrace por muito tempo. Assim o mundo vai parar,como sempre para quando você me abraça.
Faça com que nosso relacionamento seja o melhor. O melhor pra mim,e pra você. Que nós dois possamos aprender muito um com o outro,e que daqui a uns 20 anos possamos lembrar de nosso namoro com um sorriso no rosto.
E quando por algum motivo,chegar a hora de terminar tudo isso,termine de um jeito memorável,assim como todo o relacionamento. Não me ligue,não me mande um e-mail,muito menos uma mensagem pelo celular. Me encontre onde pediu pra namorar comigo,e diga tudo o que sente. Não use clichês.Por fim,me dê um abraço e se despeça. E eu vou te desejar,de todo meu coração,toda felicidade do mundo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Eu critico,Tu criticas,Ele critica..

Nós criticamos,Vós criticais,Eles criticam! E vai continuar assim até quando as vacas voarem. Não importa o quão belo você for,o quão inteligente,o quão carismático,sempre vai ter um indivíduo pra te colocar defeito (s).
Então,pra que tentar mudar o que te criticam? Ai você é muito tímida. Ai você é muito exagerada. Ai você é muito magra. Ai você é muito gorda. Ai você é tão..tão...tão VOCÊ MESMA!
Não é disso que se trata,afinal? Estão querendo criticar o que nós  somos. As nossas características. Que formam a nossa personalidade,a nossa aparência,forma o que a gente é!
Eu cansei. Cansei de tentar me encaixar num padrão que eu jamais alcançarei. Eu vou continuar rindo como eu quero,falando o que eu quero,me vestindo como eu quiser. E vocês que critiquem. Vocês que comentem. Eu simplesmente passei a não ligar.
Deixa eu me amar do jeito que eu sou. Deixa eu ser como eu quero ser. Não me venham com suas revistas,seus desfiles,e suas regras de etiqueta.
Vamos criar uma nova ditadura. Vamos deixar a mídia dizer o que quiser. Vamos ser a favor de uma vida saudável,vamos ser a favor do amor pelos outros,vamos ser a favor do bem!
A grande hipocrisia é que todos aprendem a conviver com uma personalidade que não é parecida com a sua. Mas quando alguém foge dos padrões de beleza estipulados,ocorre um afastamento imediato. Porque não aprendemos a conviver com essa pequena diferença?Chega dessa grande tolice. Vejo beleza nas diferenças. Vejo beleza onde não veêm. E sabe qual é a melhor parte? Eu amo conseguir -finalmente - enxergar isso.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Tô com vontade de não sei o quê.

Sabe quando você acorda e tem vontade de comer alguma coisa? Aí você vai na cozinha,abre a geladeira,os armários,e nada te chama atenção. Então acaba não comendo nada.
Depois disso,você toma seu banho,arruma o que tem que arrumar e senta no sofá pra ver alguma coisa, passa por todos os canais da tv - mesmo você tendo o pacote completo da Sky - e não encontra nada que te agrade.
Não vou nem comentar o fato de não encontrar nada pra vestir. Nada tá bom.O dia tá chato. Não tem nada que eu quero pra comer. Não tem lugar nenhum pra sair. Não tá passando nada que preste na Tv.
E assim,nosso dia se torna um saco. Mais um entre os 365. Aí eu me pergunto. Qual será o problema? Será que realmente a culpa é do dia? A culpa é da tv,das suas roupas,da comida? Acho que não.
O nosso dia,geralmente ocorre dependendo de como nós acordamos. Se você já acordar achando tudo um saco,te garanto que tudo vai ser um saco. As vezes um pouco de positividade não faz mal a ninguém.
Teremos um bom dia. Independente das circunstâncias. Vamos viver bem com nós mesmos. E quem sabe,esse dia faça toda a diferença na sua vida.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

577 km.

6h59minutos. Distância e tempo que me separam de você,respectivamente. Segundo o Google Maps. Talvez eu pudesse correr um pouco mais com o carro. Isso,se eu tivesse um.
Tão estúpida que sou. Vocês que estão lendo não tem idéia da coragem que eu precisei pra escrever tudo que escreverei aqui. Aliás,nem tudo. Mas eu precisei de coragem. Muita. Muita mesmo.
Precipitada. É a palavra que não para de vim na minha cabeça enquanto estou escrevendo. Porém,o meu maior intuito de ter criado esse blog,foi pra dizer o que eu sinto,certo? Então,direi.
Eu sempre gostei de internet,e sempre gostei de conhecer gente nova através dela. Mas nunca fui de me envolver com essas pessoas. Até agora.
Parece que vai acontecer um acontecimento histórico,toda vez que a porcaria da sua janelinha pisca. Me sinto infantil e idiota. Mas não é disso que se trata o amor,afinal?
Mas que amor? Me pergunto. Que amor garota? Você é retardada? Você não conhece a pessoa,então trate de acalmar esse coraçãozinho aí. Mas de nada adianta. Não sei bem o que é,eu posso estar colocando o carro na frente dos bois,ou os bois na frente do carro! Não sou muito boa com essas expressões populares. Mas eu não consigo pensar muito em outra coisa.
Eu já te disse que você era tudo que eu quis. E de fato,parece ser. A sua personalidade é tudo que eu sempre idealizei em um garoto. Nem tão meloso,nem tão grosso. Engraçado,mas sem ser forçado. E ainda por cima,gosta de me ''ouvir.''
Bom,não sei onde isso vai parar. Não sei se estou me precipitando,como sempre. Mas o que eu posso dizer,é que eu simplesmente amo a sua presença. Amo seu 'oi',amo ouvir sua voz,e amo conversar com você.
E isso,me faz um bem incrível.
E aliás,aquela sensação que eu te disse - De quando você está em um carro em alta velocidade, e ele passa por um monte ou algo assim,e seu estomâgo congela - acabou de acontecer enquanto eu escrevo isso.
Mas uma vez,não sei o que é. Só sei,que me faz um bem incrível.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Um conselho.

Se eu pudesse dar um conselho pra todos que quisessem ouvir um,eu diria pra não mentir. Ao dizer isso,não me refiro a pequenas mentiras que sem perceber, contamos no dia-a-dia. Me refiro ao pior tipo de mentira. A mentira pra si mesmo.
Dou esse conselho,pois já o ouvi. Sempre fui de renegar sentimentos. De procurar um milhão de defeitos em uma pessoa para não amá-la. E hoje em dia ,reclamo que não amei. Quanta hipocrisia de minha parte. Pois eu mesma evitei esse fato. Quando eu estava perto de sentir,criava um escudo. Uma espécie de bolha,ou algo parecido. Que repelia qualquer tipo de sentimento.
E hoje ,cá estou. Lendo livros de romance. E chorando com os mesmos. Vendo filmes de romance. E chorando com os mesmos. De que me vale essas lágrimas então? Seriam lágrimas por não ter tido tudo aquilo,ou por um dia quase ter tido e ter jogado fora?
Então,se você ainda acredita - mesmo que seja bem no fundo,bem no fundo mesmo - no amor,siga meu conselho. Se estiver amando,assuma. Não diga pra si mesmo que não ama. Isso não vai funcionar. Seja seus sentimentos. Os mostre,os demonstre. O máximo que pode acontecer,é descobrir que a pessoa não sente o mesmo. E se isso acontecer ,  junte as partes do seu aparentemente quebrado coração. Recomece.
Pelo menos,você vai saber que tentou. E uma hora,uma dessas tentativas vai dar certo. Aliás,é por isso que se chama tentativa. Tentativa é a ânsia de acertar. E segundo as probabilidades,as tentativas levam ao acerto.
Então tente. Tente de todas as maneiras possíveis. Não minta. E principalmente,diga o que sente.