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sábado, 25 de junho de 2011

Seria então..ilusão?

Lembro-me de ter apenas seis anos e implorar a minha mãe que me deixasse ver Branca de Neve por mais 5 minutos antes de tomar banho. Branca de Neve foi sem dúvida,meu desenho preferido na infância. Assistia por mais de cinco vezes seguidas,e tinha todas as falas na memória.
A história me encantava,e encanta até os dias de hoje. Eu ficava vidrada na Branca de Neve,ela era tão linda e tão meiga. O príncipe era tão perfeito..o beijo deles era mágico. Ela voltava a vida pois encontrava forças no beijo de amor verdadeiro. Os anõeszinhos eram tão leais a ela,mesmo a conhecendo por tão pouco tempo,a ajudaram tanto..Branca de Neve era uma linda história. E eu a amava.
Lembro-me de ter onze anos e assistir O Diário da Princesa. Incrível como a vida da Mia mudou em tão pouco tempo,ela era apenas uma garota comum..e de um dia pro outro se tornou uma princesa. Encontrou independência,e o amor de sua vida..em apenas 1h57min de duração.
Lembro-me de ter 15 anos e ler "Todo Garoto Tem" da Meg Cabot. Esse livro simplesmente entrou na minha cabeça de tal forma,que fez com que eu ansease em viver aquilo. Aquela relação de amor-ódio da Jane e do Carl me fascinava..e o final feliz,tão improvável..e tão lindo.
Lembro-me de ter 16 anos e questionar. Questionar,frustar,e perceber. Eu superei o fato do Papai Noel não existir com facilidade, o coelhinho da páscoa demorou mais tempo..mas mesmo assim,foi superado,sem traumas. Agora.. e os finais felizes? E os beijos de amor verdadeiro? E a trilha sonora enquanto os créditos passam?
Seria então..ilusão? Esse tempo todo,desde a minha infância haviam mentido pra mim? As princesas,os príncipes,os bailes..tudo aquilo não existia?
Aquele amor que dava coragem a um homem enfrentar um dragão apenas pra salvar sua amada..não existia? Aquele amor que rompia barreiras como a proibição dos pais..não existia? Aquilo tudo era apenas uma estratégia de ganhar coraçõeszinhos de milhares de jovens e levá-las a bilheteria/livraria?

Não! Não podia ser..a esperança que ainda tem em mim grita um não tão fervoroso que meus ouvidos doem. Eu ainda quero acreditar. Mas as condições são tão adversas..eu ainda quero ter a inocência dos meus 6 anos..e esperar por um final feliz. Quero correr atrás do meu final feliz.
Mas..tudo parece tão díficil. As bruxás más, os caçadores, as madrastas..parecem ser tão mais fortes que as fadinhas e os ratinhos cantores agora.
Algo ainda me faz acreditar. Chamo de esperança. Chamo de fé. Ou..de ilusão.

Chame o caminhão da mudança.

Peça pra ele vir depressa. Informe-o que a quantidade de móveis e relicários para levar é grande. Mencione também que todos esses artefatos são frágeis. É necessário plástico-bolha para embalá-los. Muito plástico-bolha.
Talvez não seja a primeira mudança que eu faça. Já tentei diversas vezes mudar de endereço e de decoração. Mas no fim, as cores das paredes acabam ficando iguais. Fico com os mesmos problemas de infiltração..e me vejo na necessidade de mudar..de novo.
Seria tão mais fácil resolver meus problemas na base da metáfora. Mas infelizmente,não é possível. Eu queria uma nova história,novas pessoas,novos amigos,novos amores,novos problemas.
Queria acordar sendo eu,mas uma outra eu. Que morasse em outro lugar,talvez em um país bem distante..que tivesse tudo diferente do que eu tenho hoje. Queria amigos que estão comigo desde a infância,,queria sair pra pescar com meu pai nos fins de semana.
Queria ir para a escola as 8 da manhã, e colocar meus livros naqueles armários americanos. Queria esbarrar com o meu professor de História no corredor,ou encontrar o amor da minha vida ao derrubar minhas coisas perto dele.
Como eu queria..como eu queria fazer esse roteiro. Escrever cada centésimo da minha história. Não me venha com o papo de que assim não teria graça. Teria graça sim. As coisas seriam extremamente mais fáceis, e melhores. Eu poderia construir minha felicidade,e não dependeria de mais ninguém pra isso. Teria a vida perfeita,sem mudanças.
Iria poder chegar as 4 da manhã após uma noite incrível na melhor boate da cidade, estudaria para passar no vestibular,e passaria..cursaria a faculdade dos meus sonhos e seria extremamente bem sucedida na minha profissão. 
E os problemas? Bom,meus problemas..problemas..não consigo pensar em um problema que eu gostaria de ter. A vida perfeita não teria problemas. Seria perfeita.
Perfeita.
Per..feita.




É..é aí que se encontra o erro. O perfeito não se encontra em qualquer lugar,aliás,não se encontra em lugar nenhum. O perfeito é uma meta,uma meta inalcansável. E talvez,nem mesmo uma meta deveria ser. Perdemos tanto tempo tentando ser perfeitos..idealizando uma vida perfeita,como eu acabara de fazer..e a vida que temos,deixamos de lado. Abandonada.
E talvez,a vida que temos,seja a concepção de perfeição pra alguém.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Irritação Aguda.

Você ainda me irrita. Seu jeito de andar principalmente. Acho que você pensa que anda sobre as nuvens,ou em cascas de banana porque esse seu jeitinho de andar já passou do ridículo.
E o que é mais incrível, é que você acha que tá sendo o máximo. Desfila no meio dos seus amigos que no fim são todos uma cópia de você. Todos extremamente irritantes.
Odeio encontrar com você na rua. Está sempre acompanhado ou com seu clã de xerox,ou com suas amigas. "Amigas".
Cansei de passar por você e não falar. Simplesmente por não querer ouvir a mesma ladainha de sempre.
Seu cheiro também não é dos melhores. Aquele seu perfume já deu o que tinha que dar, pra mim,é igual cheiro de hospital..sempre igual. Quase inodoro.
E as suas roupas?! Ou você acha que é o guru da moda,ou gosta de ser ridículo. Alguém já te falou que blusa listrada com bermuda xadrez é o cúmulo da breguice? Acho que a mesma pessoa que deixou de falar isso, foi a que deixou de falar também o quão sem conteúdo são as suas conversas.

E então, me pego com um sorriso bobo. Ao lembrar de você contando aquela piada sobre o argentino que entra num bar e conversa com um urugaio.
Disfarço o sorriso. Logo,me lembro do seu cheiro. Inodoro. Inodoro. Inodoro. Irresistível.




Observação: Texto baseado em sentimentos alheios.

Eu te a...

Não. Não foi um erro de digitação.É que as vezes é tão difícil completar essa frase,que é melhor nem começá-la.
Você pode até me achar meio arcaica,pré-histórica,artigo de museu mas..bom,isso sempre foi muito complicado pra mim.
Admiro quem consegue completar essa frase em um intervalo de tempo tão curto. Quer saber? Na verdade não admiro não. Eu dou um valor tão grande a essas 3 palavras,que ao vê-las jogadas de maneira tão volúvel em tantos cantos,me dá um certo ciúme. Ciúme do Eu te Amo. Ele é tão especial,e vocês ficam fazendo aí pouco caso dele,o oferecendo para qualquer um.
Não que caiba a mim julgar o tamanho do sentimento que as pessoas tem uma pelas outras,mas acho que esse aspecto todo tem relação com uma frase que eu ouvi um dia desses de uma amiga.
"Na ânsia de encontrar um princípe, acabo montando no primeiro cavalo que aparece."
E é disso que se trata. Acredito eu,que a humanidade anda tão carente de sentimentos,que acabam despejando tudo em um certo alguém. Mesmo que esse certo alguém não seja nada em especial. Apenas por uma hora de atenção,um carinho,ou uma meia dúzia de palavras bonitas..e, não que isso seja ruim,mas será que realmente vale a pena?
Vale a pena você utilizar essas palavras,que algumas décadas atrás eram utilizadas para anteceder um pedido de casamento,uma jura de amor eterna -  devo ressaltar que essas juras se cumpriam -,um acontecimento especial na vida de um casal com alguém que apenas preenche seu tempo?
Tire suas próprias conclusões,mas ao meu ver, o eu te amo ainda é algo de muita estima. Que é mais alto que toda a cotação do euro que você consiga imaginar.
E, antes que os que me conhecem me acusem, sim, eu digo eu te amo! Mas digo com consciência, com precaução,e sem sombra de dúvida,com sentimento.


Obs:  Amigos também dizem eu te amo. Mas o Eu te amo de amigo eu deixo pra outro post.

D de drama.

Volto de mais um dia cansativo. Abro a maçaneta da porta de entrada,e entro com o pé direito, na esperança que talvez um pouco de sorte melhorasse alguma coisa.
Fecho a porta com pesar,ouço o ruído da chave no trinco,e continuo andando. Me deparo com a sala vazia, e iluminada apenas por um sol murcho,quase suplicante..que deixava tudo ainda mais propício a um belo dia de drama.
Largo minha bolsa em cima da poltrona,e chuto os sapatos pra um canto qualquer. De que me adiantavam sapatos? De que me adiantava a minha bolsa? Larguei os dois e sentei-me na beirada da cama.
Que dia. Que dia..morno. O morno me enojava. Sempre enojou. Aquela sensaçãozinha café com leite. Que me embrulhava o estômago desde que eu me lembre ter alguma consciência do que se passava ao meu redor.
Liguei a Tv para tentar me distrair. Falhei. Os canais passavam e se embolavam um no outro..como se todos formassem uma grande massa colorida,confusa,e extremamente desinteressante.
O que me restava então? Um bom livro,conclui. E lá fui eu,revirando meus livros quando peguei o meu preferido,e fui relê-lo pela nona vez,talvez. O primeiro trecho tão bem conhecido por mim, assim como a Tv acabou se misturando  em uma zona de palavras misturadas.
Desisti. Dormir. Dormir era o melhor que eu tinha a fazer. Deitei e recostei minha cabeça sobre a almofada. Fechei os olhos. Tentei esquecer.
E tentei de novo.
E abri os olhos.
E os fechei.
Por fim,levantei da cama. Me dei por vencida. O meu querido amigo sono,assim como todos naquele dia,não queria compartilhar um grande drama comigo.
Ao quase perder as esperanças,fui ao banheiro deparar como estava a situação da minha cara, que já não é das melhores..
BU! Haha. Ri sozinha da minha própria idiotice. Resolvi tomar um banho. Liguei a ducha e deixei cair. A água estava quente..mas não um quente incômodo. Um quente..morno. E o morno,me parecia extremamente agradável agora.