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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Confissões da madrugada III


Quase consegui senti o gosto. Quase. E o pouco que faltou pra conseguir,me fez estremecer de frustração. Essa devia ser a primeira vez que eu tento usar uma quase telepatia pra conseguir sentir o gosto de um beijo. Fechei os olhos e imaginei. Imaginei de novo.
E forcei a minha mente a me levar aquele lugar, aquela situação, aquela cena tão agradável que se formava no meu consciente que se disfarçava de subconsciente. Mas como eu poderia me levar a uma cena que nunca existiu? Se já tivesse existido, talvez fosse mais fácil, assim como é fácil lembrar o cheiro de carro novo quando se pensa em um. Mas não existindo, sem nunca ter provado.. nem o mais poderoso do clã dos X-man conseguiria tal proeza.
Me contentei apenas com a visão. De novo. Rever a cena me fez pensar que tipo de pseudo-tortura era aquela que eu estava fazendo comigo. Era como se eu tivesse revivendo aquela sensação da semana passada, de estar vendo a vitrine de uma loja encontrar a roupa perfeita e não ter dinheiro - ou cartão - pra comprar. Imaginar e não ter, tocar no invisível..é frustante. É terrível. Decepcionante.
Quero tato. Olfato, paladar, e visão. Tudo ao mesmo tempo. E que seja intenso. Sem ter mais que imaginar, apenas sentir..desfrutar.

Confissões da madrugada II


Não é como um furacão, nem outra catástrofe metereológica. Não é como um turbilhão,
uma batida, ou um choque. É suave, gradual, e bem lento. Mas lento de uma forma
extremamente agradável, como um sorriso que se forma aos poucos nos lábios.
Mais uma vez amor. Amor,amor,amor...e todas as conveniências e consequências que
o mesmo traz.Pegar-me falando desse assunto, só que dessa vez com um nome em mente, ou
- como o caso exige - no coração, é no mínimo novo.
Eu te amo,mas seria isso suficiente?

Confissões da madrugada I


Não deixe de amar por medo de sofrer. Não deixe de querer por medo de não ter. Não deixe de desejar por achar ser impossível.
Tudo que é bom, é adquirido com esforço, e as vezes, até mesmo com sofrimento. Lições vão sendo aprendidas, metas vão sendo alcanças, histórias vão sendo escritas, sentimentos vão sendo mudados. Toda a escala pra se alcançar o que quer,
tanto quanto um grande amor, ou um emprego almejado, vale a pena. No amor, é necessário sofrer algumas vezes pra se aprender a como lidar com a pessoa certa, é necessário deixar um pouco de si dentro de si pra fazer o outro feliz, é necessário engolir um pouco o orgulho, pedir desculpas, abrir mão de sair como saía, conhecer pessoas como conhecia... é necessáriose privar de muitas coisas, pra enfim conquistar a tão desejada felicidade com alguém que ama.
No trabalho, é necessário noites de estudo, dias acordando mais cedo, ouvir críticas, obedecer ordens, reconhecer que as pessoas que tem um cargo mais alto que você tem muito a te ensinar, se dedicar, se fazer melhor... é necessário se privar de muitas coisas, pra enfim conquistar o tão desejado sucesso profissional.
E é isso que deve ser feito. Esforço = Conquista. Então, mãos a obra, mente nos estudos, coração equilibrado e corpo são.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Limão com Mel.


Mais um belo dia de Sol na cidade do Rio de Janeiro. 36° é o que diz a TV, mas a sensação térmica era de Quase-Inferno°.
Não havia muito o que fazer, já que ficar no computador ou ler algum livro se tornava tão agradável quanto estar de bikini no Pólo Norte.
Decidi ir pro local mais arejado do meu apartamento que é a varanda. Ali, o Sol, apesar de forte, era gostoso quando misturado com uma brisa tímida, porém aliviadora que vinha das árvores da casa vizinha.
Sentei em uma das cadeiras de vime que bravamente resistiam ao tempo e ao clima durante todos esses anos, e aproveitei aquela sensação. Sol e brisa. Quente e refrescante. Único. Agradável. Irresístivel.
Ao me deparar com os contrastes da sensação sobre a minha pele, brevemente me esqueci de todas as condições climáticas do dia.Minha mente voou. Pra longe.
Sempre gostei de constrastes. Limão com mel, estampa de zebra, praia em dia chuvoso..enfim, quase todas as coisas que fossem conflitantes e  ao mesmo tempo complementares. Tornando assim,aquelas coisas especiais.
E esse meu gosto não muda quando se trata de pessoas. Não qualquer pessoa, mas aquela pessoa sabe? Aquela pessoa que você pensa quando sua mente se esvazia. É, você me entendeu.
Constraste é atraente, instigador, e na falta de palavra melhor..sexy. Conquista. Simplesmente conquista, sem aviso prévio ou quaisquer chance de reembolso. Você se vê envolvida naquele constraste todo. Quando é tratada com uma quase frieza, mas não a ponto de magoar, você quer conquistar o lado carinhoso. E quando se é tratada com carinho, derrete-se em imediato já que demonstrações de carinho por parte dele são tão raras, que quando acontecessem são assim, de tirar o fôlego mesmo.
Até aquela pequena dúvida que você carrega em relação a veracidade do que ele diz pra você é de certa forma gostosa. Te faz querer saber mais, conquistar mais, faz você se empenhar.
E tudo que me causa empenho,se torna bom demais pra mim. Porque depois que se é conquistado, alcança o objetivo..é como ganhar uma corrida de fórmula 1 em primeiro lugar, tendo como carro um fusquinha.
"Conquistado". É disso que se trata, a bela e infelizmente curta, fase da conquista. Quando tudo é único, agradável e irresistível..assim como o Sol misturado com a brisa.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

1,2, 3 e vai.

Se joga. Pula. Começa. Corre. A-c-r-e-d-i-t-a. Parece bobeira, mas nós aprendemos a confiar em nós mesmos,  desde bem pequenininhos. Lembro-me de ter uns 5 anos e dar meu primeiro pulo na piscina sozinha. Eu já havia aprendido a nadar, mas pular sozinha, eu nunca tinha feito. Mas pulei. Acreditei que ia dar certo, que eu ia conseguir voltar a superfície e voltar a nadar. Acreditei em mim, no meu potencial.
Lembro também da clássica tirada das rodinhas sobressalentes da bicicleta, que serviam para o meu apoio. Eu disse pro meu pai que queria tirar as rodinhas, porque eu conseguia andar sem elas. Acreditei em mim, no meu potencial.
Conforme minha idade foi avançando, eu não consigo mais me lembrar com facilidade de momentos de plena auto-confiança como estes. Simplesmente começam a aparecer aquelas memórias da indecisão da escolha de uma roupa...ou de uma atitude. Porque isso acontecia? Porque a minha auto-confiança foi se degradando conforme minha idade avançava? Será que é porque eu simplesmente passei a me importar com as condições? Parei de olhar para o meu potencial e passei a ver quanto era o meu potencial pela visão dos outros? Provavelmente.
Ou talvez seja apenas uma coincidência. Mas cada dia mais que vivo, percebo que as coincidências na verdade não existem. De fato, a perca da confiança foi algo que acabou mudando as minhas perspectivas, até mesmo os meus sonhos. Aos 10 eu sonhava ser médica, acreditava que poderia mudar o mundo curando as pessoas. E hoje..até mesmo pensar em me tornar uma jornalista me causa uma pontinha dolorida na boca do estômago, com medo de que essa não seja a escolha certa.
Indecisão. A melhor amiga da falta de confiança. Caminhando lado a lado, estreitando suas oportunidades, e abafando tudo que sai da zona de conforto, de possível.
Sem querer ter um sintoma da crise de Peter Pan, eu estou com medo de crescer. Porque a tendência é que essa auto confiança se esvaia cada vez mais, e eu acabe com essa vidinha monótona, comum, possível.
Eu gosto do impossível. Sempre gostei. Gosto de desafios, de arriscar, de perder o fôlego e depois respirar fundo..talvez, em momentos breves, a confiança daquela menina de 5 anos me domina. E manter essa confiança, é o segredo do meu futuro sucesso.

Conjugando verbos.

Eu esqueço, tu esqueces, ele esquece,  nós esquecemos , vós esqueceis, eles esquecem. - Repetiria essa conjugação milhões de vezes no meu caderno se de fato ela adiantasse de algo. Mesmo sabendo de quão falha essa técnica de repetição é, eu insisto em fazê-la pelo menos mentalmente.
Acontece que quando deparamos com a realidade, vemos as marcas das nossas ações,reações, conclusões..estas, estão marcadas com tinta preta naquele livro velho que adoro abrir chamado "Passado".
Tinta que não é lavável e a prova de qualquer corretivo inovador do mercado. Agora, aqueles outros fatores como, os erros, as decepções, as mágoas, os sentimentos.. estão escritos com tinta vermelho-sangue. Tornando impossível a tarefa de passar despercebido por eles.
Eu lembro. E não interessa se tu ou ele esqueceram. Eu tenho gravado em mim cada palavra que me magoou, cada erro que eu cometi, cada bom momento que eu vivi..e essas lembranças corroem.
Porque se formos parar pra pensar, lembrança não é lá algo muito bom.. porque te faz ter saudade. E saudade só é gostoso, quando você sabe que em breve - ou não tão breve assim - vai reviver o momento ou a pessoa que te faz sentir isso. Agora quando se tem lembranças, de algo que não dá pra voltar atrás, nem refazer, nem mudar, nem esquecer...é sufocante.
Neste Natal, já sei o que pedirei. Uma boa dose de esquecimento..mas que seja uma dose duradoura, se possível, de efeito prolongado.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Amável Imperfeição.

Nós dois não precisamos ser perfeitos. Não precisamos fazer remakes das minhas cenas de filmes preferidas. Não precisamos dizer eu te amo todo dia. Não precisamos estar juntos o tempo todo.Não precisamos nos presentear com aquilo que o outro tanto queria. Não precisamos adivinhar o que o outro está pensando. Não precisamos ter certeza de que ficaremos juntos para todo sempre. Não precisamos ser o casal que todos gostariam de ser. Não precisamos acordar bonitos de manhã. Não precisamos ter beijos de tirar o fôlego toda hora.
Nós só precisamos ser...bom, algo perto de felizes.Nós precisamos amar a companhia do outro, mesmo que ela não seja tão frequente quanto gostaríamos. Mas que seja inesquecível toda vez que acontecer.
Nós precisamos saber que nos amamos. Simplesmente saber. Sentir, e demonstrar.
Nós podemos criar as nossas próprias cenas de filmes, algo mais próximo da realidade, mais confuso e mais divertido. Nós podemos nos achar feios de vez em quando, mas não ligarmos pra isso...aliás, somos muito mais do que uma carinha de sono e olheiras.
Nosso beijo pode ser variado. Algo mais meigo as vezes, outras vezes algo mais..surpreende. Mas que seja verdadeiro. Que nós nos sintamos bem toda vez que nos beijarmos, que haja carinho..conexão.
Que sejamos o casal que nós gostaríamos de ser, com a nossa implicância, discordância, discussões..com meu mal humor, minha mania de franzir o nariz, com seu vocabulário chulo , com sua falta de humor depois que seu time perde..com nosso imperfeito, porém feliz, amor.